Maputo

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segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Pimpão, o caçador


Se está a pensar visitar Moçambique, não se preocupe! Contratámos a mais avançada tecnologia de caça à vida selvagem. Não há quem resista ao instinto felino do nosso gato Pimpão, no que toca a objectos que se mexem, seja eles rasteiros ou voadores.


O olhar atento e penetrante da fera...

Pimpão e a sua treinadora

sábado, fevereiro 26, 2011

As caixas da Caridade

Tudo começa em Portugal, com um conjunto de pessoas verdadeiramente solidárias, que ao longo do ano vão acolhendo nas suas próprias casas os bens que enchem as casas dos outros. A separação por géneros é obrigatória com vista à organização possível. Depois é o embalamento, a rotulagem de caixas e o carregamento para transporte que levará ao contentor e ao navio.

A arrecadação é pequena para tanta caridade. Entre caixas, caixotes, malas, sacos, encontra-se de tudo. De utilidades a futilidades, tudo vem contentor fora, numa viagem longínqua e ondulante.


Arrecadação com caixas

Este é o resultado da caridade do povo português, que sempre solidário nas horas necessárias, não mede esforços para ajudar o seu semelhante mesmo que esse se encontre a milhas de distância. Mas esta caridade dá trabalho, muito trabalho. São necessárias muitas horas de dedicação para que quem realmente necessita, receba de forma justa esta dádiva portuguesa.

Mais caixas armazenadas


Inicia-se assim uma viagem de um mês até Moçambique. 
Aqui trava-se a segunda batalha. Após as formalidades de desembarque, passa-se ao armazenamento da carga. Não dispondo estas voluntárias de qualquer espaço público ou estatal, utilizam algumas arrecadações privadas para armazenar a dádiva portuguesa.   


Não presenciei nem ajudei nesta tarefa de carga e descarga. O espirito da minha caridade ainda não me tinha possuído. Mas hoje arrependo-me muito de não ter colaborado com estas almas voluntárias na árdua tarefa de armazenar todas a caixas desalfandegadas. A estas senhoras valeu-lhes as famílias, que igualmente caridosas, ajudaram nesta missão. Não sei precisar números, mas eram muitas, mesmo muitas caixas. 


Depois de empilhadas passa-se à terceira fase. Começar a desvendar o conteúdo de cada uma.  Aqui, a lei de Lavoisier é aplicada em toda a sua essência; "Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Caixa por caixa, vão estas boas mulheres abrindo e separando tudo o que os outros acharam já supérfluo.
Abertura das caixas e separação por idades
Hoje fui ajudar. 
Devidamente instruída dos procedimentos, meti mãos à obra. Agarrada com firmeza, uma caixa desceu do monte de muitas. Por fora uma etiqueta: "roupa de mulher". Já completamente esventrada, comecei a retirar as ofertas para um lençol previamente estendido no chão. A roupa é usada mas quer-se limpa!
Selecção das roupas por idades e sexos
Após uma separação criteriosa e com a caixa já vazia, apeteceu-me fazer um diagnóstico; esta seguramente pertencia a alguém que já partiu e quem ficou, desfez-se destas pequenas recordações. Cada caixa pode revelar uma história, contar uma vida. Só temos de estar atentos. Mas havia muito mais a fazer.  Outra caixa desceu. Desta vez sapataria. Estas ficam para o fim. Por vezes não têm utilidade.
Quem necessita escolhe com (à)vontade.
Mais outra veio para baixo. "Roupa de criança". Os montinhos foram crescendo no lençol e, caixa a caixa, fomos separando ofertas para os outros. O que está em mau estado é colocado de parte e deixado junto ao contentor do lixo para quem, sem vergonha, quiser aproveitar.
Selecção já feita
Com o lençol já repleto de roupas passa-se a outra fase; o armazenamento em prateleiras. Aqui tudo é dividido por idades e sexos, ficando assim pronta para ser oferecida. 


E quando e a quem se oferece? 


Sempre que existe uma oportunidade, que aqui nesta terra, é todos os dias. Caixas sortidas são enviadas para orfanatos, escolas, missões. Pelo Natal são feitos conjuntos personalizados que se oferecem aos meninos internados nos hospitais de Maputo. E por fim, a quem pede e quem necessita. Todos os dias são dias de ofertas.


Mas nem tudo é usado. Muitas são as empresas que escoam os seus stokes já descontinuados para estas paragens. Muitas são as peças de roupa ainda com etiquetas, conjuntos de livros e material escolar por estrear, calçado de marca, artigos de puericultura, entre outras ofertas novinhas em folha. Roupa, livros, malas e carteiras, rendas, lençóis e cortinados, acessórios vários, brinquedos, são dádivas generosas que chegam do outro lado do mundo.


Podem imaginar a felicidade desta gente que necessita? 
Não, não podem. É algo que só quem observa pode descrever.    


Depois de uma tarde de separação bastante cansativa, conduzi até casa. Na rua e em cada ser via alguém para ser ofertado. Foi o momento em que a minha consciência percebeu de como realmente esta gente necessita. E necessita de tudo. E tudo é bem vindo.


O valor destas mulheres voluntárias é muitas vezes esquecido, ignorado e até desconhecido. Mas estas mulheres, que dedicam tardes inteiras à selecção da alegria dos outros, não podem ser menosprezadas. O trabalho voluntário que desempenham em prol de quem realmente necessita é louvável e merece ser divulgado, aplaudido, reconhecido.
Aqui fica a minha sincera homenagem. Bem hajam. 


Assim se organiza a felicidade de muitos.
CSD

Gentilmente cedido por Vivências Contadas 

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Futebol e Vida

Cerca de 130 jovens, rapazes e raparigas, oriundos de várias comunidades de Maputo e Arredores juntaram-se durante alguns fins de semana para um torneio de futsal.

Muitos golos marcados mas também muita alegria por saberem que existem valores muito mais altos que um prémio de 1º lugar numa conpetição desportiva.

No final todos os participantes receberam literatura sobre valores no desporto e abstinência sexual antes dos casamento.

Calcula-se que em Moçambique a idade da iniciação sexual seja entre os 11 e os 12 anos.
Não podemos esperar pelo tempo certo de educar... pois o tempo certo é já!


Quem disse que para jogar futsal é preciso calçado apropriado?...

Uma oportunidade para os jovens moçambicanos assistirem aos depoimentos de grandes jogadores, como Kaká, Lúcio, entre outros.

Uma bola de futebol autografada por um dos melhores jogadores do mundo, mas que sem ar, perde todo o seu valor...

Mais uma equipa abençoada pelos equipamentos doados pelo Clube Desportivo de Mafra

Dois bairros de Maputo em disputa... Romão e Baixa

Ali Mulima, o melhor marcador do torneio com 8 golos marcados



Distribuição de revista Valores no Desporto e Folheto sobre Abstinência Sexual

O Livro com a história mais importante da humanidade...

As vuvuzelas que sobreviveram ao campeonato do mundo ainda se fazem ouvir!

Os vencedores... A.D. Baixa

sábado, fevereiro 12, 2011

Passe Curto - Relacionamentos Chegados

Umas das particularidades do programa Ubabalo é transformar o campo de futebol numa sala de aula, providenciando ensino num ambiente agradável e de que todos gostos.

Foi o que aconteceu esta manhã, pelas 8 horas, quando os infantis da Escola de Futebol União tiveram a sua primeira experiência em relva, a convite do quase centenário Clube Ferroviário de Maputo para um jogo treino.

Mas a relva não era a única surpresa que os aguardava. Mais uma vez, graças ao Clube Desportivo de Mafra, estes meninos puderam jogar pela primeira vez, equipados a rigor com um bonito equipamento amarelo e verde.

No final do jogo era importante que todos os jogadores percebessem que o passe curto não somente serve no futebol para entendermos como devemos estar sempre juntos, mas ajuda-nos também a entender que na nossa própria vida é importante que estejamos perto uns dos outros pois juntos conseguimos fazer sempre melhor.

Prova disso foi quando o "mister" Saidate deu uma folha a cada jogar para que contassem os quadrados. Parecia fácil, eram apenas 16 quadrados! Bem, isso é o que todos dizemos. Mas quando nos juntamos dois a dois, ou três a três para descobrir mais quadrados no desenho, é então que o resultado começa a subir para 22, depois 24 e finalmente 30 quadrados.

Moral da história: No futebol precisamos de toda a equipa para chegarmos mais longe. Na vida, precisamos de todos à nossa volta para conseguirmos os nossos objectivos. A familia seria muito mais feliz, se todos lá em casa fossem mais unidos. Por isso, o trabalho de casa vai ser fazer algo que ajude a familia a ser mais unida. Vamos lá ver na próxima semana quem fez o TPC!